Conforme
prometera... (Lc 1,39-56)
Em seu cântico de louvor e ação
de graças – o “Magnificat” – a Virgem Maria realça a fidelidade de Deus manifestada na história
dos homens: o Menino que ia nascer, e que já começava a ser formado em seu
ventre imaculado, primeiro sacrário da História, era o cumprimento das antigas
promessas do Senhor a seu povo.
A promessa de enviar
um “descendente” da Mulher (cf. Gn 3,15) que pisaria a cabeça da serpente. A
promessa de conceder uma “descendência” a Davi (cf. 2Sm 7,12). A promessa de um
filho-Deus conosco, isto é, enxertado na carne dos humanos (cf. Is 7,14). A
promessa do poderoso Governante para Israel, que deveria nascer na humilde e
pequena Bethleem Efrata (cf. Mq 5,1ss).
Com a Nova Aliança,
desde a o momento da Anunciação, saltamos do tempo das promessas para seu
cumprimento na “plenitude dos tempos”. Tudo o que foi dito e prometido aos
patriarcas e profetas, tudo o que foi tipificado em Abel (o inocente
sacrificado), em Isaac (o filho como oferenda), em José (o irmão entregue por
moedas), no Servo sofredor de Isaías (cujas chagas nos salvam) – tudo isto se
cumpre na Pessoa de Jesus, o Filho de Deus, o Filho de Maria.
Referindo-se ao dom do
Espírito Santo, que Deus prometera desde a Primeira Aliança, promessa que Jesus
renovara mais de uma vez, o Apóstolo Pedro afirma em seu primeiro sermão logo
após Pentecostes: “Pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para
todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus.” (At 2, 39.)
Desde a manhã de
Pentecostes, os apóstolos sabiam que eram testemunhas da fidelidade de Deus, do
cumprimento das antigas promessas, de uma inundação da misericórdia divina.
Foram capazes, então, de reler o Antigo Testamento à luz dos fatos novos que
estavam vivendo, conforme no-lo demonstra a leitura alegórica dos Padres da
Igreja que chegou até nós.
A Virgem Maria, ao
cantar o “Magnificat”, é a Filha de Sião que guardara no coração as antigas promessas. Em
outros termos, Maria resume em sua pessoa todo o povo de Israel, a quem Deus
fizera as promessas de salvação a serem cumpridas nos tempos do Messias.
Em nossa vida, temos
assumido as promessas de Deus para seu povo? Nossa vida permite que Deus cumpra
suas promessas de salvação?
Orai sem cessar: “Cantarei
eternamente as bondades do Senhor!” (Sl
89,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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