Hão de respeitar o meu filho...
(Mt 21,33-43.45-46)
Leda
ilusão! A arriscada aposta feita pelo Pai teria um fim trágico! O proprietário
da vinha (o Deus de Israel, claro!) fez de tudo para demonstrar seu amor.
Cercou de cuidados o povo escolhido. Deu-lhe tempo: toda uma história. Esperava
pelos frutos de seu rico investimento. No entanto, seus emissários, os
profetas, foram mal recebidos, insultados, lapidados.
Em uma atitude extrema de
desesperado amor – realmente impensável para nossas categorias humanas - o
“proprietário” envia seu próprio Filho (Jesus Cristo). “Hão de respeitar meu
filho... Não é possível que cheguem ao extremo de recusar tal oferecimento!”
Pois recusaram...
Pois recusamos! Cada vez que
preferimos o pecado, cada vez que preferimos a nós mesmos (nosso prazer, nossa
sede de acumular, nossos projetos de vingança, nossos sonhos de poder...),
estamos recusando mais uma vez o Filho dado, oferecido, abandonado em nossas
mãos.
Obviamente, o foco desta parábola
não está na recusa dos vinhateiros indiferentes, mas na oferenda do Filho que o
Pai nos entrega. Em seu anseio de nos salvar e nos convidar para o banquete
celeste, é como se o Pai clamasse das nuvens celestes: “Vede a que ponto eu vos
amei! Eu vos entreguei meu próprio Filho, para que todo aquele que o acolher
não pereça, mas tenha uma eternidade no Amor sem limites!”
Pobre Pai! Ele sempre renova sua
aposta no amor humano: “Hão de respeitar meu Filho!” E seu Filho continua
crucificado, cuspido, zombado. Como naquele tradicional colégio católico de
Vitória, ES, mantido por uma congregação de religiosos, onde todos os
crucifixos foram arrancados das salas de aula e jogados no latão de lixo -
conforme testemunhou a senhora encarregada da limpeza - pois as salas seriam
usadas para turmas de faculdade e a cruz iria incomodar alunos de outras
religiões... Como naquela reunião ecumênica em Belo Horizonte, quando a pastora
responsável pelo encontro exigiu do pároco que cobrisse o Crucificado com um
pano, para não incomodar os “irmãos” de outras denominações...
O Filho continua desprezado. É alvo
das chacotas dos comunicadores de TV, das zombarias dos colunistas de jornal.
Sofre contínuas agressões dos professores universitários, mesmo em
universidades católicas. A Palavra do Filho é trocada pelos palpites do
filósofo da moda, mesmo em celebrações de nossa Igreja.
Hoje, o Pai, ainda apaixonado por
sua vinha, se volta para cada um de nós e pergunta: “Você ama meu Filho?”
Orai sem cessar:
“Amor com amor se paga.” (Santa
Teresinha)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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