Eu sou a porta. (Jo
10,1-10)
Já no 3º Milênio, a humanidade
parece sem saída. Os rumos adotados pela economia, pelas finanças, pela
organização do trabalho, pela globalização, chegam a um beco sem saída.
Aprofunda-se o fosso entre ricos e pobres, hemisférios norte e sul, enquanto a
sociedade urbana mergulha num cenário de solidão, dependência de drogas,
violência e falta de sentido. Para onde ir?
Jesus se apresenta como uma resposta
permanente: “Eu sou a porta”. Como quem diz: “Por mim, poderão entrar e
sair, e encontrarão passagem para a vida”. Fechando a porta, o bom Pastor
protege suas ovelhas dos perigos noturnos. Abrindo a porta, pela manhã, o
Pastor conduz seu rebanho às águas tranquilas e às campinas verdejantes (Cf. Sl
23).
Uma das imagens bíblicas do Vaticano
II para definir a Igreja de Jesus, é exatamente a do “redil”: o lugar onde as
ovelhas se reúnem em torno de seu Pastor. “A Igreja é um redil do qual
Cristo é a única e necessária porta. É também a grei (= rebanho)
da qual o próprio Deus prenunciou ser o pastor (cf. Is 40,11; Ez 34,11ss). Suas
ovelhas, embora governadas por pastores humanos, são contudo incessantemente
conduzidas e nutridas pelo próprio Cristo, o bom Pastor e Príncipe dos
pastores, que deu Sua vida pelas ovelhas”. (LG, 6.)
Jesus nos dá um “critério de
fidelidade”: a ovelha identifica a VOZ de seu pastor. Não muito bem dotadas de
visão, as ovelhas apuram os ouvidos para não serem atraídas por um mercenário
ou falso pastor, que explora as ovelhas sem se importar pela vida delas. Ora, a
VOZ de Jesus nos vem por sua Igreja, pelo Magistério eclesial, através da
Tradição apostólica, o ensino dos Concílios e dos Papas, a supervisão dos
Bispos em comunhão com Pedro.
É tempo de vozes dissonantes...
Livros com doutrina estranha à ortodoxia, “mestres” que destilam o veneno da
rebeldia mesmo nos seminários, de onde sairão os futuros pastores, além de um
clima de libertinagem litúrgica, apesar dos constantes apelos do Papa e dos
Dicastérios da Santa Sé. O cristão fiel, atento às moções do Espírito Santo,
saberá separar o joio do trigo, e não confundirá a voz do pastor – o único que
deu a vida por nós -com os gritos do mercenário e do assaltante noturno.
Sou uma ovelha fiel? Estou atento à
voz do Pastor, que chega a mim através da Santa Mãe Igreja? Ou dou ouvido a
vozes dissonantes?
Orai sem cessar: “Fala, Senhor, que o teu
servo escuta!” (1Sm 3,10)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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