segunda-feira, 7 de março de 2016

PALAVRA DE VIDA

 Acreditou na palavra... (Jo 4,43-54)
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               “Só acredito naquilo que eu vejo!” Este é o princípio de muitos seguidores de Tomé, o apóstolo. Aparentemente racional, este mesmo princípio cai por terra quando alguém leva um choque elétrico e também... cai por terra, sem ter visto a corrente que o “aterrou”... Não se vê, mas é real...

               No Evangelho de hoje, temos o polo oposto: um alto funcionário da corte, cujo filho estava à morte, foi capaz de “dar crédito” a uma palavra de Jesus. Isto é crer: dar crédito àquele que fala. Apostar em sua promessa e, mesmo sem sinais visíveis ou tangíveis, mergulhar na esperança.
               Na verdade, o funcionário do rei pretendia que Jesus se deslocasse até sua casa e chegasse ao doente. Mas Jesus trocou a estrada por um atalho: sua simples Palavra.
               Dom Claude Rault, que já conhecemos, também comenta o episódio, associando-o às Bodas de Caná e ao Prólogo do Evangelho de João:
               “Uma ordem somente, e uma declaração: ‘Vai, teu filho vive...’ Jesus não precisa descer. Sua palavra basta. Ela já mudou a água em vinho (Jo 2): ‘Fazei tudo o que ele vos disser... Vai, teu filho vive...’ Nenhum sinal prévio, nada de visível. Nem mesmo um gesto. Uma palavra: ‘Vai, teu filho vive!’ E o homem acreditou na palavra que Jesus lhe dissera e pôs-se a caminho.
               Eis uma palavra operante, uma palavra criadora que deixa a fé sem alternativa. O homem acreditou. E era isto que Jesus esperava dele. Uma fé que põe a caminho. Como a fé de Abraão. A fé é antes de tudo uma caminhada interior.
               Ela é adesão a uma palavra que me é dita. É um SIM prévio, na confiança de que aquilo que me é dito assim será. ‘No começo era a palavra... tudo foi feito por ela, e sem ela nada foi feito’, nos diz o Prólogo do Evangelho.
               O homem percebeu que existia um nexo entre a palavra de Jesus e a vida. ‘Nela estava a vida’. – ‘Vai, teu filho vive!’ A fé é trabalho. Não é beata passividade, espera... Podemos ver que esse homem trabalhou em profundidade. Ele se põe a caminho. Ele parte... A palavra lhe bastou porque ele sabe que uma palavra que vem daquele homem é uma palavra que faz o que ele diz.
               Preciso de sinais para crer? É preciso pedir sinais? Se me são dados os sinais que eu peço, onde está o desafio da fé? ‘Se não virdes sinais e prodígios, vós não acreditareis?’ (Jo 4,48)”
Orai sem cessar: “Creio, Senhor, mas socorre minha falta de fé!” (Mc 9,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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