Anunciai a Boa Nova! (Mc 16,9-15)
Todo
cristão é portador de uma Boa Notícia: Deus veio a nós, na pessoa de seu Filho,
e ao preço de seu sangue nos libertou da escravidão da morte. Sua ressurreição
é a garantia de nossa vida além da morte.
Por
isso mesmo, calar esta Boa Nova seria imperdoável omissão. Nós devemos ao mundo
este anúncio inadiável. Por outro lado, transformar o Evangelho em anestesia ou
tranquilizante seria trair a nossa missão. A notícia que anunciamos deve
revirar o mundo de cabeça para baixo, pois ela propõe nova hierarquia de
valores, para libertar o homem de toda opressão que os ídolos do paganismo lhe
impõem.
Não
admira que os tiranos, mal assumem o poder, passem a proibir as reuniões de
culto, a propagação da Palavra de Deus e a livre manifestação religiosa. Eles
sabem – é a sua forma de crer! – que a vivência do Evangelho minaria pelos
alicerces todos os ídolos de plantão: o nacionalismo extremo, o culto da
personalidade, o poder absoluto. O Evangelho de Jesus denuncia a exploração do
homem, a destruição da família, a escravidão e a manipulação das consciências
como ferramenta econômica.
Quando
se ouve a Boa Nova de que Deus é Pai de todos – e por isso somos irmãos -, as
fronteiras e as trincheiras são anuladas, estendendo-se pontes de fraternidade,
cooperação e serviço mútuo. Gregos e romanos, judeus e não judeus, patrícios e
escravos, homens e mulheres – todos são irmanados pelo mesmo batismo, a mesma
fé, o mesmo Senhor.
Esta
consciência de que o “outro” é nosso irmão explica o ardor missionário de um
Francisco Xavier, atravessando o oceano para levar a boa notícia aos irmãos da
Índia, da China e do Japão. Explica também que Madre Teresa tenha trocado as
meninas limpinhas de seu colégio pelas crianças andrajosas das favelas de
Calcutá. Explica, ainda, que milhares de leigos se reúnam hoje em comunidade
para evangelizar nos presídios, criar casas de acolhida para idosos,
dependentes químicos e deficientes físicos e mentais.
Como
escreve Hébert Roux, “A missão da Igreja consiste em pregar o Evangelho do
Reino. Esta pregação se dirige indistintamente a todas as nações. No seio da
Igreja, o muro de separação entre judeus e pagãos é abatido, pois, doravante,
todos aqueles que têm a fé são filhos de Abraão. A promessa de salvação se
dirige sem distinção a todo aquele que crê, e Deus quer que todos os homens
sejam salvos”.
Eu
sei. Talvez ainda sejam poucos os que ouviram esse chamado. Muita gente ainda não
se deu conta de somos todos irmãos...
Orai sem cessar: “Ai
de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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