sábado, 2 de abril de 2016

PALAVRA DE VIDA

Anunciai a Boa Nova! (Mc 16,9-15)
         Todo cristão é portador de uma Boa Notícia: Deus veio a nós, na pessoa de seu Filho, e ao preço de seu sangue nos libertou da escravidão da morte. Sua ressurreição é a garantia de nossa vida além da morte.

         Por isso mesmo, calar esta Boa Nova seria imperdoável omissão. Nós devemos ao mundo este anúncio inadiável. Por outro lado, transformar o Evangelho em anestesia ou tranquilizante seria trair a nossa missão. A notícia que anunciamos deve revirar o mundo de cabeça para baixo, pois ela propõe nova hierarquia de valores, para libertar o homem de toda opressão que os ídolos do paganismo lhe impõem.
         Não admira que os tiranos, mal assumem o poder, passem a proibir as reuniões de culto, a propagação da Palavra de Deus e a livre manifestação religiosa. Eles sabem – é a sua forma de crer! – que a vivência do Evangelho minaria pelos alicerces todos os ídolos de plantão: o nacionalismo extremo, o culto da personalidade, o poder absoluto. O Evangelho de Jesus denuncia a exploração do homem, a destruição da família, a escravidão e a manipulação das consciências como ferramenta econômica.
         Quando se ouve a Boa Nova de que Deus é Pai de todos – e por isso somos irmãos -, as fronteiras e as trincheiras são anuladas, estendendo-se pontes de fraternidade, cooperação e serviço mútuo. Gregos e romanos, judeus e não judeus, patrícios e escravos, homens e mulheres – todos são irmanados pelo mesmo batismo, a mesma fé, o mesmo Senhor.
         Esta consciência de que o “outro” é nosso irmão explica o ardor missionário de um Francisco Xavier, atravessando o oceano para levar a boa notícia aos irmãos da Índia, da China e do Japão. Explica também que Madre Teresa tenha trocado as meninas limpinhas de seu colégio pelas crianças andrajosas das favelas de Calcutá. Explica, ainda, que milhares de leigos se reúnam hoje em comunidade para evangelizar nos presídios, criar casas de acolhida para idosos, dependentes químicos e deficientes físicos e mentais.
         Como escreve Hébert Roux, “A missão da Igreja consiste em pregar o Evangelho do Reino. Esta pregação se dirige indistintamente a todas as nações. No seio da Igreja, o muro de separação entre judeus e pagãos é abatido, pois, doravante, todos aqueles que têm a fé são filhos de Abraão. A promessa de salvação se dirige sem distinção a todo aquele que crê, e Deus quer que todos os homens sejam salvos”.
         Eu sei. Talvez ainda sejam poucos os que ouviram esse chamado. Muita gente ainda não se deu conta de somos todos irmãos...
Orai sem cessar: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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