Eis os sinais... (Mc
16,15-20)
Afinal, são “sinais” ou são
“milagres”? O texto grego traz a palavra “semeia”
[shmeia], que a Vulgata traduz
por “signa” [plural de signum, sinal]. E que sinais são esses?
Ora, expulsar demônios, falar novas línguas, beber veneno e não morrer, curar
doentes pela imposição das mãos... (cf. Mc 16,17-18)
- Então, são milagres!
- Claro! Os sinais são
milagres...
Estão vendo como é estéril a
discussão que permanece presa às palavras, enquanto ficamos na biblioteca e não
obedecemos ao imperativo de Jesus: “Ide por todo o mundo”? Tudo porque a
palavra “milagre” incomoda o racionalista, enquanto o missionário continua
apoiado apenas em seus planos pastorais, em suas técnicas e em seus recursos
materiais...
Ora, Jesus deixou claro: “Eu
estou convosco... todos os dias... até o fim!” (Mt 28,20) Isto é, podem contar
comigo. Podem contar com o milagre. Podem contar com o impossível. Corram o
risco de tentar o absurdo! Deixem de olhar apenas para os recursos limitados de
que vocês dispõem, aparentemente insignificantes diante dos obstáculos
apresentados por uma sociedade materialista, hedonista, consumista... Olhem
para mim!
Lev Gillet pergunta: “Temos
levado a sério esta promessa? Avançamos pela vida, mundo a fora, no poder de
Cristo? É uma questão de fé. Estes poderes serão dados ‘àqueles que crerem’.
Será que eu creio, no sentido forte que o Evangelho dá a esta palavra?
Senhor Jesus, ‘ajuda minha
incredulidade’. Aumenta a minha fé. E eu ouso acrescentar: dá-me as
possibilidades que tu prometeste à fé, na medida em que elas servirem à tua
glória e às almas. Não é que eu queira gozar de um poder espiritual ou causar
espanto pelos ‘sinais’, mas para vir em socorro e dar testemunho.”
Sim, aqui está o ponto! Se eu
aposto, faço o ato de fé e o Senhor me concede esses “poderes”, isso vai me dar
muito trabalho. Serei procurado. Não terei mais sossego. Não, Deus me livre
desses milagres, digo, desses “sinais”...
Hoje, nós celebramos São Marcos,
autor do Evangelho mais antigo. Sua vida “sinaliza” para a Igreja e para o
mundo. Sem dúvida, ele viveu o imperativo de Jesus: ir por todo o mundo e
anunciar a Boa Nova. Considerado pelos cristãos coptas como o fundador da
Igreja de Alexandria (Egito), acompanhou a pregação de Pedro em Roma,
registrada em seu Evangelho.
Orai sem cessar:
“Invocando teu nome, Senhor, narramos tuas maravilhas!” (Sl 75,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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