terça-feira, 26 de abril de 2016

PALAVRA DE VIDA

 Levantai-vos! (Jo 14,27-31a)
                Na vida, tudo tem a sua hora. Há coisas que são inadiáveis. Há momentos que são de decisão. Falamos, então, na Hora H, no Dia D.

               Este imperativo – Levantai-vos! – é pronunciado por Jesus Cristo no encerramento da Última Ceia, após a qual ele “já não beberia do fruto da videira, até que viesse o Reino” (cf. Lc 22,18). Chegou a “hora” de Jesus. Não há mais tempo a perder. Aguarda-o a sua Paixão e Morte na cruz.
               É admirável a consciência que Jesus tem a respeito de sua missão como vítima de propiciação pela humanidade. Ele sabe muito bem o que espera por ele e, mesmo assim, não hesita jamais. Impelido pelo amor sem medidas que trabalha pela redenção da humanidade mergulhada nas trevas do pecado, Jesus manifesta a sua prontidão em dar a vida por nós. Vítima vicária, assumindo um posto que cabia, por justiça, a nós, os pecadores, ele vai até a consumação de sua tarefa.
               Uma disposição bem diferente da de Tomé, quando viu que Jesus se dispunha a voltar a Jerusalém, onde tantos perigos o rondavam, e gemeu baixinho: “Vamos nós também, para morrermos com Ele!” (Cf. Jo 11,16.) Tal como Tomé, nós também ainda não estamos muito animados com a hipótese de “morrer com ele”... Morrer para nossos pecados de estimação. Morrer para nossos vícios sempre justificados. Morrer para nossas razões intelectuais. Morrer para nossos planos e projetos pessoais. Morrer... para tudo aquilo que impede uma consagração definitiva a nossa missão de evangelizar!
               Há sempre algo que nos prende, que nos faz hesitar, adiar a grande decisão e ir empurrando com a barriga uma vida feita de pura mediocridade. E assim o tempo vai passando, desperdiçado em ninharias e pequenas distrações... É hora de ficar de pé, caminhar e assumir a cruz. Venceremos nossa inércia?
               Os discípulos devem ter estranhado a “animação” de Jesus. Devem ter estranhado também quando o Mestre disse que os discípulos tinham motivo de se alegrar porque Jesus estava de malas prontas para “ir ao Pai”. Nós também ainda não aprendemos a nos alegrar com as cruzes que Deus “escolhe” para nós, cruzes que serão instrumento de salvação para nós e para muitos...
               Quando, afinal, diremos: “Senhor, eis-me aqui! Fazei de mim um instrumento de vossa paz” ?

Orai sem cessar: “Aqui estou, Senhor. Envia-me!” (Is 6,8.)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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