Permanecei em
mim! (Jo 15,1-8)
Em 4 versículos, temos 9 vezes o
verbo “permanecer”. Em sua etimologia, o verbo significa “ficar por inteiro,
completamente”. Assim como um ramo enxertado no tronco recebe dele –
exclusivamente – sua seiva, alimentação e vida. E assim, só devido à sua
inserção no tronco é que pode produzir fruto.
Permanecer é viver. É resistir à
violência do vento e aos ardores do sol, pois a vida que vem do tronco é
garantia de sobrevivência e de abundante colheita. Ao contrário, amputar-se do
tronco é optar pela inanição e pela morte, por um fim estéril e sem esperança.
“Jesus acaba de instituir a
Eucaristia – comenta o Pe. Ceslas Spicq -, graças à qual permanecerá
fisicamente presente entre os seus. Compara a união existente entre ele e seus
discípulos com este “sangue da vinha”, com a videira e seus ramos, O sentido da
alegoria é tal vínculo. O único problema vital para os ramos é permanecerem
unidos ao tronco, condição essencial para produzirem frutos (a vinha é um
símbolo da fecundidade (cf. Sl 128,3; Ex 10).”
A alegoria de João 15 me inspirou
o soneto “Ramo da Videira”:
Eu
quero ser um ramo da videira,
Enxertado
no tronco de Jesus,
E
exposto ao Sol divino, em plena luz,
Hei
de frutificar a vida inteira!
É Jesus a videira verdadeira:
Da seiva que seu tronco me
conduz,
A Vida passa por meus galhos nus
E nova primavera já se abeira...
Senhor,
mesmo na bruma mais espessa,
No
teu Amor eu sempre permaneça
Como
quem persevera e não se cansa!
Faz-me fiel no extremo do caminho
E de meus cachos correrá bom
vinho
Para alegrar a festa da
Aliança...
Orai
sem cessar: “Meu bem-amado é para mim e eu para ele.” (Ct
2,16)
Texto
e soneto de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.
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