Ninguém tem amor maior! (Jo 15,9-17)
Pobre
palavra, o “amor”! Como tem sido traída, adulterada, corrompida! Chama-se de amor
a posse, a dominação do outro, o abuso da mulher, a sedução por interesse. Ora,
amor é o contrário: é sair de si, abrir mão de seus interesses e comodidades,
visar ao bem do outro e, se necessário, dar a vida por ele.
Este
é exatamente o exemplo dado por Jesus para retratar o “amor maior”: Dar a vida pelo
amigo! E, como sempre, Jesus não se limita a repetir lições verbais: ele vive o
que ensina. No Calvário, deu-nos a lição magistral de que é possível amar a
esse ponto! Recusou defender-se e abraçou a cruz.
A
história da Igreja é a relação de notáveis homens e mulheres que seguiram o
exemplo do Mestre. No Séc. XX, podemos lembrar duas personagens bem conhecidas:
Gianna Beretta Molla e Maximiliano Kolbe, ambos elevados aos altares como
exemplo de amor cristão.
Gianna é uma
mulher italiana, casada, mãe e médica; está grávida mais uma vez e tem o
diagnóstico de um câncer no útero. Os médicos acenam com a possibilidade de uma
cirurgia urgente, o que significaria interromper a gravidez e levar o feto à
morte. Ela, porém, movida pelo amor, prefere dar ao filho a oportunidade de
nascer. Com o progresso da doença, ela viria a falecer pouco depois do parto.
Ele foi um
frade polonês, missionário no Japão, apóstolo da imprensa católica, fundador da
Milícia da Imaculada. Preso pelos nazistas, vê um companheiro de campo de
concentração que chorava ao ser sorteado para a execução, lamentando a sorte da
esposa e dos filhos. Padre Maximiliano se oferece para morrer em seu lugar, e
sua oferta é aceita. No dia de sua canonização, em Roma, um dos presentes seria
exatamente o companheiro que havia sobrevivido graças ao sacrifício de
Maximiliano.
O cristão é
plenamente capaz desse amor. Para isso é portador do fogo do Espírito Santo.
Pais que trabalham pesado para sustentar a família. Mães que não fogem da
sagrada missão da maternidade. Jovens que se dedicam aos estudos para, mais
tarde, servirem aos necessitados. Moças que abrem mão do sonho de ter uma
família para se consagrarem aos pobres na vida religiosa. Casais que adotam
órfãos. Comunidades que se dedicam aos marginalizados do sistema. Todos estes
são caminhos possíveis, a exemplo de Cristo, que sofre por amor.
Vivo como
quem ama? Ou continuo preso aos meus próprios interesses?
Orai sem cessar: “Feliz
quem se lembra do necessitado e do pobre!” (Sl 41)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
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