segunda-feira, 16 de maio de 2016

PALAVRA DE VIDA

 Tudo é possível... (Mc 9,14-29)
              Neste Evangelho, o impossível era a expulsão de um demônio. Ao menos, foi impossível para os discípulos, mas Jesus fez o impossível...

               Com o avanço da ciência e da técnica, muita coisa impossível tornou-se possível. Os modernos aeronautas realizaram o louco sonho de Ícaro. A lepra tornou-se curável. Mas ainda acreditamos no impossível.
               George Washington Carver [1864-1943], um jovem norte-americano, filho de escravos, conseguiu o aparentemente impossível de chegar a um curso técnico de agricultura. Um dia, ele rezava em seu quarto e pediu: “Senhor, dá-me toda a ciência!” Intimamente, George pensou ouvir um riso leve e amistoso, e as palavras: “George, é demais para a sua cabeça”... O jovem baixou o nível: “Então, Senhor, dá-me toda a ciência agrícola!” Ele ouviu de novo a risadinha e as palavras: “Ainda é demais para a sua cabeça...”
               George olhou pela janela e viu um pé de amendoim – aquela planta trazida da África pelos avós de George e, na época, sem nenhum valor econômico. O jovem insistiu: “Então, Senhor, dá-me toda a ciência do amendoim!” O riso não se repetiu. George entendeu que tinha sido atendido em sua prece. Ao morrer, ele deixava registradas 2.000 patentes industriais obtidas a partir do amendoim.
               Botânico, cientista, inventor, agrônomo, músico e pintor, o filho de escravos que precisou adotar o sobrenome da fazenda de sua infância, viveu uma vida simples e sóbria. Jamais se casou, porque avaliava que nenhuma mulher aceitaria aquele estilo de vida. Recusou excelente salário que lhe foi oferecido para trabalhar nos laboratórios de Thomas Edison. Foi o primeiro catedrático negro dos EUA. Preferiu ajudar as comunidades rurais a aproveitar sua terra, utilizar o lixo como adubo, aprimorar suas técnicas.
               Se o que George Washington Carver realizou não foi algum impossível, certamente o foi a sua própria vida.
               Nosso planeta está povoado de vidas impossíveis: Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Dra. Zilda Arns, Dom Bosco e muitos outros. O que há de comum entre eles? Uma iluminação obtida a partir de sua intimidade com Deus. Uma abertura ao sopro do Espírito Santo, esse tsunami interior que nos levar a superar limitações sociais, preconceitos raciais, barreiras religiosas, carência de recursos materiais e, apesar de tudo isso, contribuir de modo admirável para o bem da humanidade.
               Que tal insistir no impossível?
Orai sem cessar: “Tudo posso naquele que me fortalece!” (Fl 4,13)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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