Tudo é possível... (Mc 9,14-29)
Neste Evangelho, o
impossível era a expulsão de um demônio. Ao menos, foi impossível para os
discípulos, mas Jesus fez o impossível...
Com o avanço da
ciência e da técnica, muita coisa impossível tornou-se possível. Os modernos
aeronautas realizaram o louco sonho de Ícaro. A lepra tornou-se curável. Mas
ainda acreditamos no impossível.
George Washington
Carver [1864-1943], um jovem norte-americano, filho de escravos, conseguiu o
aparentemente impossível de chegar a um curso técnico de agricultura. Um dia,
ele rezava em seu quarto e pediu: “Senhor, dá-me toda a ciência!” Intimamente,
George pensou ouvir um riso leve e amistoso, e as palavras: “George, é demais
para a sua cabeça”... O jovem baixou o nível: “Então, Senhor, dá-me toda a
ciência agrícola!” Ele ouviu de novo a risadinha e as palavras: “Ainda é demais
para a sua cabeça...”
George olhou pela
janela e viu um pé de amendoim – aquela planta trazida da África pelos avós de
George e, na época, sem nenhum valor econômico. O jovem insistiu: “Então,
Senhor, dá-me toda a ciência do amendoim!” O riso não se repetiu. George
entendeu que tinha sido atendido em sua prece. Ao morrer, ele deixava
registradas 2.000 patentes industriais obtidas a partir do amendoim.
Botânico,
cientista, inventor, agrônomo, músico e pintor, o filho de escravos que
precisou adotar o sobrenome da fazenda de sua infância, viveu uma vida simples
e sóbria. Jamais se casou, porque avaliava que nenhuma mulher aceitaria aquele
estilo de vida. Recusou excelente salário que lhe foi oferecido para trabalhar
nos laboratórios de Thomas Edison. Foi o primeiro catedrático negro dos EUA. Preferiu
ajudar as comunidades rurais a aproveitar sua terra, utilizar o lixo como
adubo, aprimorar suas técnicas.
Se o que George
Washington Carver realizou não foi algum impossível, certamente o foi a sua
própria vida.
Nosso planeta está
povoado de vidas impossíveis: Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Dra. Zilda
Arns, Dom Bosco e muitos outros. O que há de comum entre eles? Uma iluminação
obtida a partir de sua intimidade com Deus. Uma abertura ao sopro do Espírito
Santo, esse tsunami interior que nos levar a superar limitações sociais,
preconceitos raciais, barreiras religiosas, carência de recursos materiais e,
apesar de tudo isso, contribuir de modo admirável para o bem da humanidade.
Que tal insistir
no impossível?
Orai sem cessar: “Tudo
posso naquele que me fortalece!” (Fl 4,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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