Encontrareis descanso... (Mt 11,28-30)
Esta é uma promessa de Jesus dirigida a todos os que se
sentem sobrecarregados pelo fardo da existência. Vale para os pobres oprimidos
por um sistema que os explora, mas vale também para os ricos que sobrecarregam
a si mesmos pelo peso da ambição, do acúmulo de bens materiais e da ânsia de
poder.
Esta promessa chega até nos anexada
a uma condição: tomar sobre nós mesmos o jugo de Jesus. À primeira vista,
parece um contrassenso: adicionar mais peso sobre quem se declara cansado. No
entanto, uma breve reflexão nos desperta para o fato de que o jugo é “de
Jesus”, isto é, não o carregaremos sozinhos, mas o próprio Senhor fara a dupla
conosco. É por misericórdia que ele nos faz esta proposta.
As crianças crescidas na cidade
grande talvez ignorem o sentido da palavra “jugo”: é a “canga” – aquela peça de
madeira que une dois bois pelo pescoço em sua faina de puxar o carro de bois.
No caso de Jesus, não se trata de “subjugar” alguém, mas de “conjugar” duas
vidas: a nossa e a dele...
Ao proclamar este Evangelho, a
Igreja repete ao homem de hoje uma promessa de Jesus que não passa com o tempo,
mas faz sentido especial nesta etapa da humanidade. O comentário do Papa
Francisco, em sua bula de lançamento do Jubileu da Misericórdia, nos recorda
esta realidade.
“A Igreja tem a missão de anunciar a
misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve
chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o
comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir
ninguém. No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova
evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo
e uma ação pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a
credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia.
A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e
desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem
irradiar misericórdia.”
Compelidos pelo ativismo,
estressados pelo progresso, excitados pela competição, basta erguer nosso olhar
para o Bom Pastor e ele nos conduzirá às águas tranquilas...
Orai sem cessar: “Por amor de meus
irmãos e de meus amigos,
pedirei
a paz para ti.” (Sl 122,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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