sábado, 18 de fevereiro de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Este é o meu Filho amado... (Mc 9,2-13)
Imagem relacionada           Na Transfiguração de Jesus, episódio que uma antiga tradição situa no Monte Tabor, os apóstolos Pedro, Tiago e João participam com exclusividade de uma cena de “reconhecimento”. Da nuvem, tal como no tempo do Êxodo, a voz de Yahweh identifica a Jesus de Nazaré como “Filho de Deus”.

            Até então, as palavras e os gestos de Jesus de Nazaré tinham suscitado muitas interrogações, mesmo no grupo seleto dos seus seguidores. Tal como ocorrera na tempestade do lago, prontamente serenada por um imperativo do Mestre, quando os próprios discípulos se entreolhavam, tomados de espanto, e perguntavam: “Quem é este homem?”
            No Batismo de Jesus, nas águas do Jordão, João, o Batizador já fora privilegiado com a mesma identificação: “Este é meu Filho bem-amado...” Agora, no Tabor, a voz do Pai acrescenta o imperativo: “Ouvi-o!” Em outros termos, o Pai adverte que suas palavras estão na boca de seu Filho. Dali em diante, os apóstolos poderão afirmar com a mais tranquila certeza: “Ultimamente, Deus nos falou por seu Filho [...], pelo qual criou todas as coisas.” (Hb 1,2)
            Neste início de milênio, uma orquestra dissonante ergue infernal sinfonia para negar a Jesus a sua filiação divina. Até mesmo no interior da Igreja, alguns teólogos dissidentes, desmentindo o testemunho de Pedro (cf. At 4,12), chegam a negar que Jesus Cristo seja o único Caminho de salvação oferecido a nós pelo Pai. Uma vez reduzido a simples profeta, ou respeitável mestre de sabedoria, ou agitador político (quem diria!?), Jesus até poderia ser aceito pelo establishment neopagão. Nunca, porém, como Pessoa divina revestida de nossa carne.
            Ocorre que nós – cristãos do 3º milênio - somos herdeiros diretos da Tradição apostólica e não podemos renegar o testemunho daqueles que viram a Luz e ouviram a Voz. Diferentemente de todas as outras religiões, a mensagem cristã é, no fundo, uma experiência vital que brota da Encarnação do Filho de Deus que “fez sua tenda entre nós” (cf. Jo 1,14). Sua morte na cruz do Calvário demonstra de modo cabal a que ponto chegou o amor do Pai pelos homens.
            Você crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus? De que modo procura ouvir a sua voz? Ou ainda se deixa perturbar por vozes estranhas, de outra procedência?

Orai sem cessar: “Hoje vimos que Deus fala com o homem!” (Dt 5,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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