sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

PALAVRA DE VIDA

Não te é lícito! (Mc 6,14-29)

Resultado de imagem para (Mc 6,14-29)
            Ainda que tenha sido criado como um ser livre, nem tudo é permitido ao homem. O Criador nos deu a liberdade para o bem e ela só alcança sua perfeição quando ordenada para Deus.

            Ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e domínio de seus atos. ‘Deus abandonou o homem nas mãos de sua própria decisão’ (Eclo 15,14) para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e, aderindo livremente a ele, chegar à plena e feliz perfeição.” (nº 1730)
            Ora, Herodes, tetrarca da Galileia, vivia como marido da esposa de seu próprio irmão Filipe. Além do escândalo causado por um comportamento público que ofendia a santidade da vida conjugal, batia de frente contra a lei divina, expressa no Levítico: “Não descobrirás a nudez da mulher de teu irmão”. (Lv 18,16)
            João Batista, o precursor do Messias, teve a ousadia profética de somar ao anúncio do Reino de Deus a denúncia dos crimes do poderoso. Isto lhe valeu a prisão e a morte, crescendo ainda mais na veneração do povo de seu tempo. Afinal, não é qualquer um que tem a coragem de apontar o dedo no nariz dos governantes para cobrar seus desvios e sua corrupção.
            Hoje, a Igreja mantém viva a missão profética de João Batista e, por isso mesmo, é tão incômoda quanto o foi João no seu tempo. Quando o mundo neopagão, ansioso pelo retorno à barbárie das cavernas, investe em uma cultura de morte, a Igreja luta pela vida. Quando a sociedade materialista defende a eutanásia e o aborto, a Igreja de Jesus Cristo não pode calar-se, repetindo a antiga voz do Sinai: “Não matarás!” Quando o século hedonista defende o divórcio e o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, a Igreja não teme ser rotulada de conservadora e retrógrada, mas insiste naquela “lei natural” que o próprio Cristo reafirmou. Diante de Deus, o “legal” jamais poderá substituir o “legítimo”.
            Por isso mesmo, toda que vez que um tirano sobe ao poder – como Hitler na Alemanha nazista e Stálin na Rússia comunista -, seu inimigo preferencial é a Igreja, pois ela não se intimida nem silencia diante dos crimes do Poder. Ao contrário, como João Batista, ela aponta e grita: “Não te é lícito!”
            De que lado estamos nós?
Orai sem cessar: “Por amor a Sião, eu não me calarei!” (Is 62,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário