Vinde
ver! (Mt
28,1-10)
Madalena e a outra Maria se dirigem
ao túmulo para ver... Elas sabem que seu Mestre morreu, pregado na cruz do
Calvário. Que pretendem ver no túmulo, cuja entrada fora velada com a grande
pedra?
Mas encontram a pedra rolada e ouvem
o convite do anjo: “Venham ver o lugar onde ele estava...” Estava... Não está
mais. Ressuscitou. Em vez de uma presença - a presença de um cadáver - elas
estão diante de um vazio, uma ausência. E assim, não vendo, as mulheres se
tornam testemunhas oculares: Cristo ressuscitou!
Bem, alguma coisa elas viram. Outro
Evangelho (cf. Jo 20,5-7) nos garante que permaneciam no interior do túmulo as
bandagens (othónia) que haviam
envolvido o corpo de Jesus. Embebidas em 30 quilos de mirra líquida e aloés em
pó, compactadas após três dias, as faixas permaneciam ali depositadas, como um
casulo, sem terem sido desenroladas com a ressurreição de Jesus. Elas têm o que
contar...
Daí, a ordem candente do anjo:
“Apressai-vos em ir dizer a seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos!” As
duas pobres mulheres vieram com uma lamentação e voltam com uma missão:
anunciar o Ressuscitado! Elas são, agora, portadoras de uma Boa Notícia: a vida
venceu a morte!
E que elas se preparem para não
serem levadas a sério, apenas por serem mulheres (cf. Lc 24,22-23). Como diz
Paulo, “Deus escolhe as coisas fracas do mundo para confundir os fortes”. (1Cor
1,17.) Assim, “é pelo ministério dessas humildes mulheres que o Evangelho de
Jesus Cristo vai ressoar pela primeira vez aos ouvidos dos apóstolos” (H.
Roux).
Existe mais gente sabendo do túmulo
vazio. Os guardas o viram assim. Os homens do Templo já receberam a notícia de
que não há mais um corpo na caverna. Porém, enquanto as mulheres anunciam a
Ressurreição, guardas e sacerdotes recusam-se a ver a realidade indesejada e
forjam mentiras para que também o povo não possa ver.
A versão oficial – o pretenso roubo
do corpo da Vítima – quer arruinar o testemunho dos apóstolos. E assim se
acentua a maldade crua, a torpe iniquidade daqueles que antes preferem ver o
Cristo morto do que entregar a Ele as suas próprias vidas.
Ao longo da história, em diferentes
lugares, voltaram à cena os que negam Jesus Cristo, sua morte incômoda e sua
inaceitável ressurreição. Todos eles tinham alguma coisa a perder se acolhessem
a Boa Nova; por isso mesmo, preferiram perder a si mesmos no inferno de sua
incredulidade.
O túmulo está vazio. Paulo pode
clamar aos quatro ventos: “Ó morte, onde está o teu ferrão, a tua vitória?”
(1Cor 15,55)
Orai sem cessar: “Vinde e vede as obras do Senhor!” (Sl 66,5)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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