sexta-feira, 21 de abril de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Nós vamos contigo... (Jo 21,1-14)
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           Sim, Jesus ressuscitou. Os discípulos, porém, habituados à presença física e palpável de Jesus, ainda não se acostumaram ao novo estilo de discipulado, quando devem apoiar-se exclusivamente na fé. Natural que sintam uma espécie de vazio com a ausência material do Mestre...

            É quando Simão Pedro se ergue e diz: “Eu vou pescar”. Afinal, Pedro é pescador. Quando as coisas não vão muito bem, um recurso ao nosso alcance consiste em nos prendermos às tarefas do cotidiano, que podem evitar divagações inúteis e até nos imunizam contra as depressões.
O restante do grupo – eram sete ao todo (cf. v. 2) – assente prontamente: “Nós vamos contigo”. Na lista dos Doze, havia pelo menos outros três pescadores além de Pedro (cf. Mt 4,18-21). Eles não deixariam de se solidarizar com o companheiro de trabalho, do mesmo modo que o fariam nas tarefas da evangelização.
Aqui, estamos diante de um aspecto essencial da vida cristã: a dimensão comunitária! Quem comenta é o missionário Claude Rault, Bispo do Saara argelino: “Desde o início desta passagem, não estamos em presença de um clube dos amigos da pesca, mas de uma pequena comunidade de “sete”. É a cifra escolhida por João para designar uma totalidade. Tal como em Caná. A Igreja não é a associação dos antigos amigos de Jesus. Ela é o lugar onde se continua sua obra. “Eu vos constituí e vos designei para que deis fruto, e vosso fruto permaneça.” (Jo 15,16)
É inimaginável que o apostolado possa ser exercido de outra forma que não seja como Igreja, em comunidade. Mesmo que eu me encontre sozinho em um recanto perdido, ainda sou um ramo ligado aos demais sarmentos da vinha.”
Agora se entende por que motivo, na História da Igreja, tantos missionários reuniram à sua volta um grupo de seguidores para que seu carisma pessoal tivesse continuidade no tempo. A lista desses fundadores é incontável: José de Calasanz, Inácio de Loyola, Miguel Garicoïts, Júlio Chevalier, Dom Bosco, Luigi Biraghi, Paula Montalt, Luísa de Marillac, Teresa de Calcutá e inúmeros outros.
            Uma chaga de nosso tempo é a mentalidade individualista. Sua consequência imediata é a solidão. Em meu trabalho de aconselhamento, tive a oportunidade de fazer contato com religiosos que, mesmo no espaço de uma comunidade, viviam em extrema solidão. Entre os párocos, isto se repete com frequência. Quando sacerdotes de paróquias vizinhas se aproximam e começam a cooperar mutuamente, estão passando a seu rebanho um belo exemplo de solidariedade. Repetem a frase dos seis apóstolos: “Nós vamos contigo!”
Orai sem cessar: “Como é bom e agradável irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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