sábado, 22 de abril de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Não acreditaram nela... (Mc 16,9-15)
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Mais uma vez, em uma sociedade que deixava a mulher em segundo plano, o Evangelho nos mostra Maria Madalena como precursora no anúncio da Ressurreição de Jesus, tal como outra mulher – a Samaritana – fora também pioneira em anunciar o Messias a seus conterrâneos (cf. Jo 4). Os discípulos choravam, guardando luto. Ela, ao contrário, traz uma notícia de vida e eles se recusam a crer.
De passagem, vale lembrar que não poucos “teólogos” racionalistas têm atribuído os evangelhos da ressurreição à piedosa imaginação das comunidades cristãs, negando-lhes o caráter de testemunhas oculares. Teriam sido criações posteriores, sem valor histórico. Ora, basta olhar de perto a dificuldades dos próprios apóstolos e discípulos em crer que, de fato, Jesus vencera as barreiras da morte e se manifestava vivo, para verificar de modo cabal como eles haviam sido atropelados pelos acontecimentos, os quais superavam de longe a mais “piedosa” de suas expectativas... Até mesmo para eles, os seguidores mais íntimos, aquilo era demais!
Segundo o evangelista São Marcos (cf. Mc 16,12-13), a mesma incredulidade se manifesta diante do relato dos dois caminheiros de Emaús. Por isso mesmo, Jesus vem agora censurar-lhes a incredulidade e a “dureza de coração”. Aqui, um alerta: a atitude de não crer nas testemunhas de Cristo denuncia o “coração duro”. Tomé mereceria repreensão semelhante ao limitar sua fé aos fatos sensíveis. (Cf. Jo 20,27.)
Pois é a esse mesmo grupo de incrédulos que Jesus vai encarregar do anúncio do Evangelho, ponto de partida para o despertar da fé (cf. Rm 10,14.) Quando, no futuro, seus ouvintes demonstrarem dificuldades em crer, os apóstolos poderão dizer-lhes: “Comigo também foi assim!”
São eles, agora, portadores de uma tarefa que os onera pesadamente e cobre de responsabilidades: “Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer será condenado”. Leia-se: o anúncio de que Jesus me encarregou é essencial para a salvação de muitos. Não se trata de uma tarefa optativa, que posso abandonar sem consequências. Se eu me recuso a cumprir minha missão, serei responsabilizado por isso!
Não há limites para este anúncio. Jesus afirma que ele deve ser dirigido “a todas as criaturas”. Ninguém é tão bom que dele não precise. Ninguém é tão decaído que não possa ser salvo pelo Evangelho.
Tenho cumprido minha missão de evangelizador? Ou minha omissão contribui para a perda de meus irmãos?

Orai sem cessar: “Dá-nos, Senhor, anunciar tua Palavra com desassombro!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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