quarta-feira, 26 de abril de 2017

PALAVRA DE VIDA

 ... deu o seu Filho único... (Jo 3,16-21)
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            Ainda há pessoas que contemplam a Cruz do Calvário e apenas veem nela um instrumento de tortura. Impactados pelo sangue e pelas chagas, chocados com os flagelos e a coroa de espinhos, seu olhar se detém no sofrimento. E assim perdem a oportunidade de contemplar o Amor. Um amor sem medidas nem barreiras, amor que abraça a morte para nos salvar.

            Em outra passagem do Evangelho, Jesus havia ensinado: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. (Jo 15,13.) Como sempre, Jesus pratica o que ensina. Por isso subirá o Calvário e morrerá na Cruz.
            Muita gente ainda se pergunta: Deus não poderia ter encontrado algum outro meio de salvar a humanidade? Precisava ser logo a Cruz, um “método” tão doloroso? E tendo como vítima propiciatória exatamente o seu próprio Filho? A resposta a esta pergunta pode ser mais simples do que se imagina: Deus queria mostrar a que extremos o seu Amor por nós pode chegar...
            E mais: essa extremada “entrega” do Filho único à morte tem um objetivo: “para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”... Assim, nós devemos pensar como o apóstolo Paulo: Cristo “me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20b). E quem ama está disposto a tudo.
            Claro que um amor assim pede resposta, quer correspondência. A recusa de um amor assim não pode ficar sem um preço. Se a Luz vem aos homens e eles a rejeitam, recusam a sua própria salvação. A ação do Espírito Santo em cada um de nós visa à nossa adesão a Cristo, que deu a vida por nós. A recusa dessa graça que salva é, em suma, o “pecado contra o Espírito Santo”.
            Escrevia o Papa João Paulo II em sua primeira Encíclica sobre o Redentor do Homem: “O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se o não experimenta e se o não torna algo próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor [...] revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é – se assim é lícito exprimir-se – a dimensão humana do mistério da redenção”. (Redemptor Hominis, 10.)
            Contemplando o Crucificado, que deu a vida por nós, os santos “descobriram” que eles também eram capazes de dar a vida por seus irmãos. E esta descoberta essencial é que está na raiz de sua santidade.
E nós? Também faremos esta descoberta?

Orai sem cessar: “Senhor Jesus, ensina-nos a amar!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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