domingo, 30 de abril de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Eles não o viram... (Lc 24,13-35)

Imagem relacionada           Diante deste Evangelho que penetra no fundo da alma, abrimos espaço para a reflexão poética do monge André Louf sobre os dois discípulos de Emaús:

            “Jesus Ressuscitado, sem o terem visto, eles creem nele. Eles o amam: ‘Sem te ver, nós te amamos’.
Eles são edificados por sua presença. Eles sentem seu olhar pousar sobre eles, e penetrar também o olhar deles.
Eles ouvem sua Palavra, e também lhe falam, por sua vez.
Ele está ali, neles, no mais profundo de seu coração, e o levam consigo por toda parte onde passam como um tesouro que ninguém lhes pode tomar.
Mergulham nele as suas raízes.
Para Ele sobe o seu amor.
Por causa dele explode sua alegria.
Ele é a saciedade de todos os seus desejos.
Estão com Ele para sempre, ali onde Ele já está.
E Ele faz sua morada neles, tal como eles permanecem nele, moram em sua Palavra, moram em seu Amor.
E tudo isso sem o terem visto, se ousamos dizê-lo, a não ser com os olhos da fé, com esse olhar interior, misterioso, mas bem mais lúcido que o olhar superficial de nossos olhos do corpo.
É um olhar cego que acaricia sua noite, mas uma noite incessante a ponto de ser abrasada por uma LUZ que vem do além, uma NOITE LUMINOSA como a Noite Pascal, ou como uma noite no coração do verão, quando o crepúsculo se estende e se prolonga até a aurora.
É a luz obscura do crente.
Ela é treva para os outros, e mesmo aos próprios olhos quando eles ainda são de carne.
Mas ela já é LUZ no mais profundo de seu coração.
Ali onde Jesus ressuscitado habita nele com seu Espírito.
Ali onde ele já traz gravado em seu próprio espírito e em seu coração os traços de luz de SEU ROSTO.
As portas de nosso coração preferem ser aferrolhadas.
Sua doçura as força e diante da Alegria e da Paz que transbordam em nós, reconhecemos seu Olhar e seu toque.
Jesus está verdadeiramente no meio de nós, ELE, nosso Senhor e nosso Deus.”

Orai sem cessar: “Levanta sobre nós, Senhor, a luz da tua face!” (Sl 4,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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