sábado, 3 de junho de 2017

PALAVRA DE VIDA

... o discípulo que Jesus amava... (Jo 21,20-25)

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            Será que Deus tem preferências afetivas? O Senhor faria acepção de pessoas? Claro que não! O amor divino por todos manifesta-se em várias passagens da Escritura (cf. Dt 10,17; Jó 34,19; At 10,34 et passim). Em sua passagem pela terra, Jesus, Filho de Deus, dedica a seus discípulos um amor que cobria todo o leque heterogêneo que vai de Pedro a Judas Iscariotes, que o traiu.

            Como entender, então, que um dos Doze seja assim identificado no Novo Testamento: “aquele que Jesus amava”? Bem, é preciso levar em conta que, segundo a Tradição, João era o mais jovem dos Doze. Sua sensibilidade transparece por todo o 4º Evangelho. Havia uma intimidade especial entre ele e o Mestre, tanto que, na Ceia derradeira, vamos encontrá-lo debruçado ao peito de Jesus (Jo 13,23).
            E ninguém pense que se trate de mero idílio romântico. Estamos diante de um amor fiel! Enquanto os marmanjos traíram Jesus (como Judas), negaram-no (como Pedro) ou simplesmente fugiram apavorados da cena do Calvário (como todos os demais), o jovem João estava ao lado de Maria, aos pés da Cruz. Não admira que tenha sido exatamente João o premiado com a “herança” amorosa de Jesus: sua Mãe! E, como registra o Evangelho, “daquela hora em diante, o discípulo a levou entre as coisas de sua propriedade”... (Jo 19,25-27)
            Sim, Deus não faz acepção de pessoas. Deus ama a todos. Mas o Senhor sabe muito bem de que forma e em que grau nós correspondemos ao seu amor. Se Francisco percorria as ruas de Assis a clamar: “O Amor não é amado!”, o Apóstolo João encarna a Igreja fiel que segue os passos de seu Mestre até o fim, sem dar as costas à cruz.
            O Amor é ágil, antecipa-se à Lei. Supera a letra fria de suas exigências. Por isso mesmo, na manhã da Ressurreição, João corre mais que Pedro e é o primeiro a chegar ao túmulo vazio. E ainda que esperasse respeitosamente e desse a Pedro a primazia para entrar na caverna, é ele – João – quem vê e crê (cf. Jo 20,8). Como se lê em nota da Bíblia TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia, “João penetra mais profundamente nas intenções de Jesus”, oferecendo-nos um modelo acabado do fiel que adere à missão de Cristo.
            Eu também sou um discípulo amado?
Orai sem cessar: “Eu sou para o meu Amado, e meu Amado é para mim!” (Ct 6,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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