domingo, 4 de junho de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Serão perdoados... (Jo 20,19-23)

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            Quando professamos nossa fé com o Símbolo dos Apóstolos – o Credo -, afirmamos crer na “remissão dos pecados”. Um católico “normal” não duvida de que o sacerdote exerça um poder especial, conferido por Deus, ao absolver o penitente dos pecados arrependidos e confessados. Mas é bem possível que ele não associe esta “remissão” à ação pontual do Espírito Santo no coração da Igreja. E que não perceba a ligação do perdão recebido com o múnus santificador da Igreja de Cristo.

            Neste Evangelho, quando Jesus, já ressuscitado, atravessa as portas fechadas do Cenáculo onde se reuniam os discípulos, fica bem claro na redação – ainda que bastante elíptica – o papel central do Espírito Santo na função confiada aos apóstolos: perdoar ou reter os pecados. Aliás, estamos diante de um hápax: é a única vez, em todo o Evangelho de São João, que o evangelista emprega o verbo grego “aphíemi” [perdoar].
            O “Catecismo da Igreja Católica” nos ensina: “O Símbolo dos Apóstolos correlaciona a fé no perdão dos pecados com a fé no Espírito Santo, mas também com a fé na Igreja e na comunhão dos santos. Foi dando o Espírito Santo a seus apóstolos que Cristo ressuscitado lhes conferiu seu próprio poder divino de perdoar os pecados”. (CIC, 976)
            É natural que a missão da Igreja, ao dar prolongamento na história à própria missão do Salvador Jesus, além de anunciar a Boa Nova e edificar um Reino para Deus, inclua também o perdão dos pecados. E, ao fazê-lo, apenas repete os gestos do próprio Jesus (cf. Mc 2,5; Lc 7,47; Jo 8,11). O fato de que a Igreja tinha plena consciência de sua missão de perdoar pecados transparece na Carta de Tiago (5,15-16).
            Chega a ser um tanto ridícula a pretensão de viver uma vida “no Espírito” sem o recurso frequente ao sacramento da Reconciliação ou confissão dos pecados.
            De volta ao Catecismo: “O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos”. (CIC, 1421)
Orai sem cessar: “Senhor, tu és bom e pronto a perdoar!” (Sl 86,

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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