quinta-feira, 24 de agosto de 2017

PALAVRA DE VIDA

 De onde me conheces? (Jo 1,45-51)
Resultado de imagem para (Jo 1,45-51)           Ao fazer esta pergunta, Natanael (também chamado Bartolomeu) não podia imaginar que estava diante do Filho de Deus que se encarnara. Se soubesse disso, não faria a mesma pergunta. Como um bom israelita (v. 47), ele conhecia as Escrituras que falam do conhecimento que Deus a nosso respeito.

            Trata-se de um “conhecimento” anterior a nossa própria fecundação: o Deus eterno é também onisciente, aquilo que chamamos de futuro é para Ele um eterno presente. Não foi o que declarou Jeremias? “Veio a mim a Palavra do Senhor: ‘Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia; antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações’.” (Jr 1,4-5)
            Também o salmista foi iluminado a respeito do íntimo conhecimento que Deus tem sobre a pessoa humana:
            “Senhor, tu me examinas e me conheces,
sabes quando me sento e quando me levanto.
Penetras de longe meus pensamentos [...]
Sabes todas as minhas trilhas.
Tu me conheces por inteiro.
Não te eram ocultos os meus ossos
quando eu estava sendo formado em segredo,
e era tecido nas profundezas da terra.
Ainda embrião, teus olhos me viram.” (Sl 139,1-3.14-16)
            O profeta Isaías confirma tudo isto: “Desde o seio materno, o Senhor me chamou; desde o ventre de minha mãe, já sabia o meu nome”. (Is 49,1b)
            Sendo tão claro e profundo o conhecimento que Deus sobre nós, conhece em detalhes nossas fraquezas, nossas feridas, nossos pecados. E quanto mais feridos estamos, mais se excita a sua misericórdia, mais se manifesta o seu amor. É a afeição do bom Pastor pela ovelha machucada.
            Devemos concluir que é pura insanidade, de nossa parte, todo movimento de fuga, toda tentativa de ocultar ao Senhor a nossa realidade pessoal, mesmo os pensamentos mais íntimos e as intenções mais inconfessáveis.
            E por falar em “in-confessável”, como entender a dificuldade em confessar nossos pecados a um Deus que é Pai e já conhece previamente todos os nossos erros e fracassos? Aliás, como ensinou o Filho, há mais alegria nos céus por um só pecador que volta para casa, do que por noventa e nove justos que não precisam regressar (cf. Lc 15,7).
Orai sem cessar: “Senhor, sabes tudo de mim!” (Sl 139,2)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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