Deu o seu Filho único...
(Jo 3,13-17)
Ainda
há pessoas que contemplam a Cruz e apenas veem naquele madeiro um cruel instrumento
de tortura: seu olhar se detém no sofrimento. E, com isso, perdem a
oportunidade de contemplar o Amor. Um amor sem medidas nem barreiras, amor que
abraça a morte para nos salvar.
Em
outra passagem do Evangelho, Jesus havia ensinado: “Ninguém tem maior amor do
que aquele que dá a vida pelos amigos”. (Jo 15,13.) Como sempre, Jesus pratica
o que ensina. Por isso subirá o Calvário e morrerá na Cruz.
Muitos
perguntam: Deus não poderia ter encontrado diferente meio de nos salvar?
Precisava ser a Cruz, um “método” tão doloroso? E tendo como vítima
propiciatória logo o seu próprio Filho? A resposta pode ser mais simples do que
se imagina: Deus queria mostrar a que extremos seu Amor por nós pode chegar...
Seu Filho se faz homem e morre por nós, salvando a Humanidade “de dentro para
fora”.
E
há mais: essa “entrega” do Filho único à morte tem um objetivo bem definido:
“para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”... Devemos
pensar como o apóstolo Paulo: Cristo “me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20b).
E quem ama está disposto a tudo.
Claro
que um amor assim pede resposta, pede correspondência. A recusa de um amor tão
extremado não pode ficar sem um preço. Se a Luz vem aos homens e eles a
rejeitam, recusam a própria salvação. A ação do Espírito Santo em nós visa à
nossa adesão a Cristo, que deu a vida por nós. A recusa dessa graça que salva
é, em suma, o “pecado contra o Espírito Santo”.
Escreve
o Papa João Paulo II em sua primeira Encíclica: “O homem não pode viver sem
amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é
destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se o não experimenta e
se o não torna algo próprio, se nele não participa vivamente. E por isto
precisamente Cristo Redentor [...] revela plenamente o homem ao próprio homem.
Esta é – se assim é lícito exprimir-se – a dimensão humana do mistério da
redenção”. (Redemptor Hominis, 10.)
Contemplando
a Jesus Crucificado, que deu a vida por nós, os santos, os mártires e os
missionários “descobriram” que eles também eram capazes de dar a vida por seus
irmãos.
E nós?
Orai sem cessar: “Senhor
Jesus, ensina-nos a amar!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança
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