Pelo caminho reto... (Sl
101 [100])
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O
apóstolo Paulo insiste neste aspecto da transitoriedade humana: “Sabemos, com
efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma
casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna, no céu.
[...] Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do
Senhor”. (2Cor 5,1.6b)
No
entanto, nosso exílio ou peregrinação exige um rumo a seguir. Não podemos
caminhar em círculos como Israel em seu êxodo, nem caminhar para a ruína como
os soldados de Faraó incursionando no mar.
Por
isso mesmo, o Salmo 1 – esse magnífico pórtico de entrada para o Saltério – nos
posiciona diante de uma encruzilhada, com dois caminhos opcionais: o caminho da
vida e o caminho da morte. No primeiro, somos como árvores plantadas à beira das
águas, com uma folhagem que não murcha e frutos na estação adequada. No segundo
caminho, acabaríamos como palha seca arrastada pelo vento do deserto.
A
Bíblia não foi escrita por sonhadores que caminhavam sobre as nuvens; ao
contrário, seus redatores inspirados tinham os pés bem firmes sobre a terra da
qual foram modelados. Assim, ao falar da trajetória espiritual dos homens, o
verbo “caminhar” lhes ocorre com naturalidade. E não caminhamos sozinhos, pois
Deus caminha conosco.
“Eu
sou o Deus Todo-poderoso. Caminha em minha presença e sê íntegro. Quero
fazer-te o dom de minha aliança entre mim e ti, e multiplicarei ao extremo a
tua descendência.” Em pleno Êxodo, Deus ainda é companheiro de caminhada: “O
próprio Senhor caminhava à frente deles: de dia, numa coluna de nuvens para
abrir-lhes o caminho; à noite, numa coluna de fogo para os iluminar”. (Ex
13,21)
Nosso
tempo traz a marca da dúvida sistemática, do pragmatismo, do relativismo e do
cinismo. Apesar disso – ou exatamente por isso! – a Igreja cristã não pode
calar o que lhe foi revelado: não é indiferente optar por um caminho ou por
outro. Nossa escolha traz consequências para o tempo e para a eternidade. Basta
pensar na História – o tempo dos homens – e verificar o resultado de escolhas
que nos roubaram a paz.
Isaías
disse: “Os caminhos da paz eles não conhecem, a justiça não está no seu
trajeto, fazem para si trilhos cheios de curvas, quem por eles passa não
conhece a paz”. (Is 59,8)
Orai sem cessar: “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos!” (Sl 25,4)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
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