domingo, 18 de março de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Atrairei todos a mim... (Jo 12,20-33)
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           A Boa Nova da salvação oferecida por Jesus Cristo destina-se a todos os povos, sem exceção. Ninguém está excluído desse anúncio. Particularidades de etnia ou cultura, nação ou tribo, classe social ou situação econômica não podem servir de pretexto para deixar alguém à margem.

            É verdade que, de início, os primeiros discípulos, todos eles de cultura judaica, ainda viam a missão do Messias como exclusiva para o Povo Escolhido. Mesmo o apóstolo Pedro deveria passar por uma experiência de “conversão” a este respeito (cf. At 10,10b-16.44-48).
            O Evangelho de hoje começa com os “gregos” à procura de um contato pessoal com o Mestre: “Queremos ver Jesus”. Fica evidente que grupos vizinhos, de cultura helenizada, também foram despertados pelo ministério de Jesus. Para esse contato, os visitantes contam com a intermediação de Filipe e André (notar que estes dois discípulos – Philippos e Andréas – ainda que judeus, receberam nomes de origem grega!).
Episódio quase escondido entre cenas mais impressionantes (curas físicas, libertações espirituais, sinais de poder sobre as forças da natureza...), já sinaliza que está chegando a “hora” de Jesus, isto é, o momento de seu sacrifício salvador, sua Paixão e morte na cruz.
            Se é verdade que, antes de frutificar, o grão deve ser escondido no interior da terra, também é verdade que a luz acesa deve ser posta bem alto, no candeeiro, para que toda a casa seja iluminada (cf. Lc 8,16). Assim como as borboletas noturnas são atraídas pelo candelabro aceso, assim também o poder de atração de Jesus chegará a seu ponto máximo no momento em que ele for erguido no alto da cruz.
            O Salvador tem consciência desse poder de sedução: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim”. (Jo 12,32) O verbo grego deste Evangelho - hipsóo – não exprime apenas a exaltação material sobre a cruz, mas uma exaltação espiritual na glória. Bem antes, Jesus havia anunciado: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”. (Jo 3,14) E mais: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’”. (Jo 8,28)
            Infelizmente, parece que nem todos estão convencidos do magnetismo da pessoa de Jesus Cristo. Percebo isto quando ouço pregações orientadas exclusivamente para a realidade sociopolítica, a conjuntura econômica, ou centradas em aspectos da psicologia humana, ou ainda desperdiçadas em floreios literários. Entendo-as como um esforço desesperado para atrair a atenção da assembleia, como se o próprio Cristo se tivesse tornado incapaz de atrair, seduzir e galvanizar o coração humano.
            Imitemos Paulo, que pregava Cristo. E Cristo crucificado (cf. 1Cor 2,2).
Orai sem cessar: “Para ti, Senhor, levanto os olhos!” (Sl 123,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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