terça-feira, 20 de março de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Então sabereis que eu Sou... (Jo 8,21-30)
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            Quando Jesus descansava na palha da manjedoura de Belém, era quase impossível identificar na frágil criancinha a sua divindade. Quando ele ajudava José na pobre oficina de Nazaré, dificilmente alguém perceberia a sua natureza divina no adolescente pobre. Quando, porém, Jesus foi cravado na cruz do Calvário, o centurião romano prontamente o reconheceu: “Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!” (Mc 15,39)

            É a cruz o “lugar” onde podemos identificar Jesus. As luzes do Tabor logo se apagam quando se cala a voz da nuvem. O estupor dos discípulos logo se desvanece quando as águas do lago voltam à calmaria. Mas é impossível ignorar a maneira como o Filho de Deus derramou seu sangue por nós...
            Em sua discussão com os fariseus endurecidos na descrença, o próprio Jesus já tinha apontado para a solução do conflito: a cruz! Ele disse: “Quando vocês tiverem elevado o Filho do homem, então sabereis que Eu Sou...” Ora, “Eu Sou” é o nome de Deus, revelado a Moisés no episódio da sarça ardente (cf. Ex 3,14).
            O Filho entregue pelo Pai, inestimável presente do Amor, é acolhido como pedra de tropeço, incômoda presença, motivo de argumentação e de exigência de sinais. Como diz Louis Bouyer, “o conflito terminará com a vitória aparente do poder das trevas, o qual age através de seus adversários, que ele mantém na escravidão. Mas este falso triunfo será, de fato, a sua derrota. O termo ‘elevar’, com o possível duplo sentido de crucificar ou exaltar, marca bem a confusão das trevas quando elas virem a Luz resplandecer da cruz onde elas acreditaram apagá-la. Este anúncio da Paixão é o primeiro que Jesus faz em público. Notaremos especialmente como São João anota, em seguida, que a glória de Cristo e sua Paixão são inseparáveis”.
            O antigo hino litúrgico “Vexilla Regis” assim canta a vitória do Crucificado:

Avançam os estandartes do rei,
Brilha o mistério da cruz.
O Criador da carne, pela carne
É suspenso no madeiro.

Salve, ó altar! Salve, ó vítima,
Glória da paixão,
Pela qual a Vida levou à morte
E pela morte devolveu a vida!

Orai sem cessar: “Levanto os olhos para vós, que habitais nos céus.” (Sl 122,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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