terça-feira, 15 de maio de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Erguendo os olhos aos céus... (Jo 17,1-11a)
Resultado de imagem para (Jo 17,1-11a)        Os homens desta época andam de olhos baixos, fitando o chão. Não esperam nada “do alto”. Isto significa que eles contam apenas consigo mesmo, com seus recursos, com seus esforços. Não admira que vivam tensos, estressados, esgotados na luta pelo pão, pela roupa, pela saúde.

               Claro, é coisa de pagão. O próprio Jesus havia alertado: “São os pagãos que se preocupam com essas coisas. Vosso Pai que está nos céus sabe que precisais de tudo isso”. (Mt 6,32) Com esta frase, o Mestre nos convidava a esperar de Deus as coisas essenciais de nossa vida, o que não dispensa – óbvio! – nossa cooperação pessoal.
               Jesus de Nazaré é nosso exemplo perfeito para a experiência de uma vida filial, quando jamais se perde a relação com o Pai, sabendo que Ele tudo provê: “Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti”. (Jo 17,7) Neste Evangelho, Jesus reza por si mesmo e por seus discípulos, mas sua prece é iniciada por um olhar: “erguendo os olhos ao céu”. O gesto manifesta o destinatário da oração...
               Eis o comentário do monge André Scrima: “Jesus já ergueu os olhos ao céu quando ele abençoou os pães e os multiplicou. E também quando rezou por ocasião da Ceia e abençoou. Desta vez, entretanto, é ele mesmo que se oferece e abençoa: ele oferece a si mesmo em oferenda. Ademais, isto acontecia diante do povo ou dos discípulos. Agora, no presente, isto se realiza somente diante do Pai. Neste instante, Jesus é verdadeiramente o único sacerdote, o sumo-sacerdote que só pode sacrificar a si mesmo, pois ele é “a oferenda”.
               Jesus vem do Pai. Jesus vem a nós em nome do Pai. Jesus aceita o convite do Pai para se dar em sacrifício (cf. Hb 10,5-7). A cada milagre, Jesus sabe que age pelo Pai (cf. Jo 11,41b). No clímax de seu sacrifício, Jesus se abandona ao Pai e brada: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. (Lc 23,46)
               Quando deixaremos de olhar para o chão? Quando começaremos a olhar para o alto? Quando passaremos a erguer os olhos ao céu, como filhos confiantes que tudo esperam do Pai?
Orai sem cessar: “Tenho os olhos fixos no Senhor!” (Sl 25,15)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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