quarta-feira, 16 de maio de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Para que sejam um... (Jo 17,11b-19)
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   Em Deus não há divisão. As três Pessoas trinitárias – Pai, Filho e Espírito Santo – vivem na mais perfeita comunhão, de tal modo que o Deus revelado pelas Escrituras é ao mesmo tempo Uno e Trino. A Igreja deve ser o reflexo dessa unidade divina, vivendo o mesmo mistério da comunhão: a missão que o Pai entregou ao Filho, no Espírito, é a mesma missão que a Igreja recebe de Jesus. E não poderá cumpri-la sem viver na unidade.

               Nesta “Oração Sacerdotal”, Jesus manifesta ao Pai o seu mais profundo anseio pela unidade “dos seus”. De algum modo, ele se antecipa à realidade histórica que todos nós conhecemos, marcada pela fratura da unidade, por cismas e divisões internas. E devia saber que o mundo pagão se escandalizaria com a disputa entre diferentes grupos que se dizem seguidores do mesmo Mestre e Pastor... Escândalo que acaba por neutralizar o esforço missionário.
               O Concílio Vaticano II referiu-se a tal situação: “Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e andam por caminhos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Esta divisão, sem dúvida, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e se constitui em escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda criatura”. (Unitatis Redintegratio, 1.)
               Desde o Vaticano II, verificou-se um notável empenho ecumênico, com jornadas mundiais de oração, visitas do Papa a lideranças de outras religiões e Igrejas. Mas este esforço ainda não encontrou muitas ressonâncias em nível comunitário, onde persiste um clima de competição e antipatia. Pecados nossos, que exigem penitência e conversão.
               Ainda que determinadas denominações sejam agressivas e proselitistas, o fiel que tem uma fé madura e bem fundamentada não deve temer a convivência ou o confronto com seus membros. Há um vasto campo de cooperação e de boa vontade no qual o anseio de Jesus pode lançar as primeiras sementes de paz e de fraternidade.
               Passados mais de 40 anos do Concílio, todos já perceberam que a aproximação ecumênica é antes de tudo uma questão de conversão interior. Quando todos os corações estiverem de fato unidos a Jesus Cristo, já não haverá diferenças entre nós.
               Faço parte daquele grupo que atiça a inimizade entre cristãos? Ou ajudo a lançar pontes e aparar diferenças?

Orai sem cessar: “Pai, que todos sejam um!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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