segunda-feira, 21 de maio de 2018

PALAVRA DE VIDA


Tudo é possível a quem crê! (Mc 9,14-29)
Imagem relacionada      O Evangelho de hoje registra que o poder espiritual de Jesus domina também os maus espíritos. Um jovem possesso e sem paz é atormentado pelo demônio. Jesus interpela diretamente o “espírito mudo” e o expulsa.

      Na descrição do próprio pai, o filho vivia em extremos de conduta, “do fogo para a água”. Curiosamente, a palavra SHALOM (a paz) escreve-se em hebraico com três consoantes: SHIN (as línguas de fogo), LAMED (a balança manual) e MEN (o odre de água). Isto é, o equilíbrio (o fiel da balança) entre os dois extremos (fogo e água). A paz como homeostasia, estabilidade. Perdida a paz, o jovem espuma, cai por terra, range os dentes, agita-se. Jesus, “nossa Paz” (cf. Ef 2,14), devolve-lhe o equilíbrio.
               Desde o Séc. XIX, uma leitura racionalista (e em total ruptura com a sã tradição apostólica!) nega a existência de demônios e “explica” passagens como esta, afirmando que os possessos eram, na verdade, casos de epilepsia e doenças mentais. Ora, Jesus não manteria seus contemporâneos em tão grave engano. Nem teria sentido sua afirmação, em resposta à pergunta dos discípulos (v. 29), de que “tal gênero de demônio só pode ser expulso pelo jejum e pela oração”. (Cf. Mt 17,21.) O Mestre aponta o remédio espiritual para uma “doença espiritual”.
               Historicamente, a Igreja sempre exerceu um ministério de libertação de pessoas possessas pelo demônio, ao praticar o exorcismo. O novo Código de Direito Canônico (de 1983) reserva a prática do exorcismo a presbíteros (padres) expressamente autorizados pelo Bispo diocesano.
               Sim, esta é uma questão de fé. A mesma fé que faltou aos discípulos quando tentaram, em vão, expulsar o mau espírito daquele jovem. A mesma fé em falta nos racionalistas que negam os milagres de Jesus e seus “sinais” de poder, preferindo reduzi-los a fenômenos parapsicológicos ou atribuir sua interpretação a ignorância do povo. Enquanto isto, o demônio ateava fogo ao colchão do Santo Cura d’Ars e quebrava os dentes de Marthe Robin. Os sacerdotes que possuem experiência pastoral não adotariam a mesma cartilha racionalista...
               Minha fé corresponde à fé da Igreja? Ou estou fabricando minha fé particular, mais cômoda e mais prática?
Orai sem cessar: Senhor, aumentai a nossa fé!
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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