quinta-feira, 12 de julho de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Dai de graça... (Mt 10,7-15)

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            Os dons de Deus são gratuitos. Não “custam” nada. O livro dos “Atos dos Apóstolos” fala de um certo Simão (At 8,18ss), dedicado à magia, que ousou oferecer dinheiro aos apóstolos em troca dos poderes excepcionais que o Espírito Santo neles manifestava. Eis a resposta de Pedro: “Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro!” Igual maldição há de merecer aquele que “usa” o Evangelho e a religião com a intenção de acumular fortuna, explorando impiedosamente a inocência ou a ignorância do povo simples. A exemplo do Mestre, seus seguidores vivem vida simples e sóbria. Mesmo quando dotados de dons extraordinários (como o dom de curar enfermos do Pe. Emiliano Tardiff), o homem de Deus jamais fará negócio com tais poderes.

            Mas há muitos “dons naturais” que nos foram concedidos e que devemos partilhar com nossos irmãos. Conhecimentos, habilidades, pendores artísticos e – por que não? – força muscular, tudo pode ser orientado para o bem de nossos irmãos, para o enriquecimento da comunidade humana.
            É conhecido o exemplo de George Washington Carver, filho de escravos nos EUA, que recusou um alto salário no laboratório de Thomas Edison, preferindo exercer seu humilde trabalho de professor em uma escola rural, ensinando as famílias pobres a usar melhor os recursos de suas terras. Músico e pintor de qualidade, Carver morreu pobre e solteiro, pois sabia que seria difícil encontrar uma esposa que adotasse seu estilo de vida tão despojado.
            Em um mundo como o nosso, capitalista e contabilizado, onde escasseiam a dedicação e o altruísmo desinteressado, mesmo em atividades como a medicina, o magistério e o sacerdócio, Jesus nos chama a viver para nossos irmãos, multiplicando entre eles o amor que Deus nos dá de graça.
            Recentemente, o “testamento” de João Paulo II revelou ao mundo o seu notável espírito de pobreza. Alguns anos atrás, Madre Teresa de Calcutá visitara São Paulo, trazendo como bagagem uma muda de roupa e uma pequena bacia, dentro de uma caixa de biscoitos amarrada com um cordão de persiana. O desprendimento e a sobriedade de quem segue a Jesus dão testemunho da profunda liberdade espiritual que o Espírito de Deus pode infundir em nós.
            Estamos preocupados em acumular? Ou em partilhar?
Orai sem cessar: “O Senhor é meu pastor. Nada me falta.” (Sl 23,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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