Quem não é contra nós, é por nós...
(Mc 9,38-43.45.47-48)

A tentação que nos assalta é a de
assumir uma atitude “exclusivista”, apresentando nosso modo de ser como o
“único caminho” e, ao mesmo tempo, condenando à exclusão (ou ao inferno!?)
todos os diferentes que não têm a carteirinha de nosso clube. Trata-se de uma
atitude tipicamente sectária, que não admite nenhum bem fora de seu próprio
quintal...
Este lamentável partidarismo pode
ser agravado a ponto de sentirmos ciúmes quando Deus age através de outros
grupos, movimentos ou pessoas. Em lugar de nos alegrarmos com o bem realizado,
assumimos atitudes de crítica, apontamos falhas e defeitos, zombamos acidamente
daquilo que não temos possibilidade (ou coragem) de imitar!
Um caso concreto, em nossos dias,
diz respeito aos movimentos e comunidades novas, onde o dedo de Deus se faz
visível quando eles assumem diaconias, cuidam dos moradores de rua, alimentam
os pobres, acolhem menores abandonados, reavivam a adoração ao Santíssimo
Sacramento, pregam um Evangelho exigente. Se nosso grupo, paróquia ou Instituto
está morno, será ainda maior o risco de apontar um dedo acusador contra estes
irmãos que se esforçam por dar uma resposta a Deus que chama a amar...
Jesus não poderia ser mais claro:
“Quem não é contra nós, é por nós”. Se temos sensibilidade eclesial,
perceberemos que a Igreja se enriquece com a diversidade dos carismas, por mais
estranhos que eles tenham sido na História, como os estilitas (que passavam a
vida sobre uma coluna), os eremitas do deserto (como Charles de Foucauld em
pleno Séc. XX) ou os “loucos de Deus”, andarilhos que palmilhavam continuamente
as estradas da estepe russa.
Os contemplativos, no silêncio,
rezarão pelos missionários das aldeias indígenas. Os agentes que fazem a
animação das associações de bairro darão graças a Deus pelo louvor barulhento
de seus irmãos carismáticos. E o Reino de Deus crescerá no meio de nós...
Somo ou divido? Reconheço o dedo
de Deus no meio dos meus irmãos diferentes de mim? Ou cedo à crítica, à calúnia
e à maledicência?
Orai sem cessar:
“Oh! Como é bom e agradável irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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