terça-feira, 16 de outubro de 2018

PALAVRA DE VIDA


Limpais por fora... (Lc 11,37-41)
Imagem relacionada           O BNDES informa: “O mercado mundial de cosméticos e higiene pessoal faturou aproximadamente 433 bilhões de dólares em 2012. O mercado brasileiro, com um faturamento de 41,8 bilhões de dólares em 2012, representa cerca de 10% do mercado global e é o terceiro maior mercado do mundo, atrás somente dos Estados Unidos e do Japão”.

            Vai longe a Idade Média, quando não havia lá tanta preocupação com a limpeza... Mais longe ainda, a Palestina dos tempos de Jesus, onde os conceitos de “pureza” e “impureza” eram de capital importância para os grupos mais religiosos, como os fariseus. A origem bastarda, o contato com os gentios, certas profissões (curtidor de peles, coletor de esterco, publicanos...) eram condições de impureza ritual, afastando as pessoas do culto divino.
            Neste Evangelho, Jesus de Nazaré sentou-se para a refeição sem as abluções preparatórias, causando escândalo a seu anfitrião. O Mestre aproveita a ocasião especial para lembrar que a pureza interior era a mais importante. E que de nada vale muita higiene externa, se o íntimo da pessoa cheira mal.
            A lição para nós é que a pessoa humana tem dois lados: exterior e interior. Se ambos devem ser cuidados, o interior é mais importante. Se os pecados tivessem cheiro (houve santos que tinham o dom de “cheirar” os pecados!), não haveria perfume suficiente em nosso mundo... Tantos gastos com a limpeza do corpo, e tão pouco tempo dedicado ao exame de consciência...
            O Evangelho nos interpela a buscar o essencial, mesmo envolvidos por uma sociedade pagã que vive de aparências, valoriza o sucesso, a fama, os bens acumulados, não levando em conta se os meios para fazer fortuna incluem a exploração do próximo. Nesta sociedade, o corpo recebe toda a atenção, em uma espécie de culto religioso. Multiplicam-se academias de ginástica, onde o esforço e o suor aparecem conservar os últimos sinais da ascese entre nós.
            Vale recordar a pergunta de Jesus: “De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua alma?” (Mt 16,26.) O próprio tempo se encarrega de manifestar o real valor de tudo. A beleza, a força e a riqueza não resistem ao tempo. Enquanto isso, os santos envelhecem em paz, servindo os irmãos até o último suspiro.


Orai sem cessar: “Senhor, tu me sondas e me conheces.” (Sl 139,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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