terça-feira, 11 de dezembro de 2018

PALAVRA DE VIDA


Consolai meu povo! (Is 40,1-11)
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          Deus é bom! Que terríveis desvios terão levado civilizações inteiras a ver em seus “deuses” seres ameaçadores aos quais precisavam “amansar” por meio de sacrifícios humanos? As pirâmides escalonadas da América Central, que os espanhóis encontraram cobertas de crânios de jovens, denunciam essa perversão do divino, quando o sangue humano corria para aplacar as divindades terríveis...

               É aos profetas da Primeira Aliança que o Senhor se dirige com uma mensagem de paz: “Consolai meu povo!” O mesmo Deus que já dissera a Moisés, do meio da sarça ardente: “Eu vi a aflição de meu povo. Ouvi seus clamores. Conheço seus sofrimentos. Desci para o libertar!” (Cf. Ex 3,7-8)
               Um Deus que ama é um Deus que consola. Por isso mesmo, um dos nomes do Espírito de Deus é “Consolador”. Ninguém se admire, pois, de que Deus envie seus pastores com a missão de consolar. Seu próprio Filho, que “passou a vida fazendo o bem” (cf. At 10,38), encarnou de modo extremo essa missão consoladora.
               Agora, para meu espanto, ouço vozes bem próximas afirmando que a missão da Igreja é de outra natureza. Que o lugar de consolo não é o confessionário, mas o divã do analista. Que o lugar da cura não é a Igreja, mas o posto de saúde. Que a missão do pastor não é consolar, mas instigar os pobres a tomarem a terra dos ricos. Teria Jesus Cristo andado tão errado?
               Ainda bem que o Papa não pensava assim. Em sua Encíclica “Deus é Amor”, Bento XVI escreveu: “Segundo o modelo oferecido pela parábola do Bom Samaritano, a caridade cristã é, em primeiro lugar, simplesmente a resposta àquilo que, em determinada situação, constitui a necessidade imediata: os famintos devem ser saciados; os nus, vestidos; os doentes, tratados para se curarem; os presos, visitados, etc. As organizações caritativas da Igreja [...] devem fazer o possível pra colocar à disposição os correlativos meios e sobretudo os homens e mulheres que assumam tais tarefas”. (DCE, 31)
               Um Deus pastor pede com urgência inadiável uma Igreja de pastores. E, imitando o seu Deus, ela “carrega ao colo os cordeirinhos, e conduz a lugar fresco as ovelhas que amamentam” (Is 40,11). Qualquer fuga dessa missão revela-se traição aos sentimentos do Senhor...
               Neste Natal, como posso consolar alguém?

Orai sem cessar: “Deus leva nossos fardos!” (Sl 68,20)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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