Feliz aquela que acreditou! (Lc 1,39-45)
O
tema da “felicidade” é uma das ideias condutoras da era moderna. De um lado, os
céticos, afirmando que a felicidade é uma ilusão, um sonho impossível neste
planeta enfumaçado. Um dos bordões correntes garante que “felicidade são
momentos”... Nada que dure...
No
polo oposto, encontramos aqueles que adotam a felicidade como ideal
prioritário, entendendo-a como um alvo a ser conquistado a todo preço, a
qualquer custo, doa a quem doer. Claro que este libertino excesso de
individualismo nos transformaria em lobos rapaces, verdadeiras ameaças para o
próximo e para a sociedade.
Ora,
um exame mais atento da história humana acabará por encontrar pessoas realmente
felizes, ainda que trilhando diferentes caminhos. Francisco de Assis, na Idade
Média, achou a felicidade no desapego dos bens materiais. Teresa de Calcutá, em
nossos dias, encontrou-a no serviço aos mais pobres. Todos eles, no entanto,
tornaram-se felizes por um ato de fé.
É
o caso do Evangelho de hoje, quando, intimamente iluminada pelo Espírito Santo,
Isabel exclama para a visitante: “Feliz és tu, que creste, porque se há de
cumprir aquilo que te foi dito da parte do Senhor!” Deus tinha uma missão para
Maria – ser a Mãe do Salvador -, mas esta missão seria impossível sem o ato de
fé, sem a aposta que ela fez diante da proposta divina.
Parece
que nem sempre percebemos que o ato de fé seja o ponto de encontro com a
sonhada felicidade. Não que os fiéis não tenham problemas, mas, ao apostarem
tudo em Deus, passam a contar com a graça divina, sem a qual é mais fácil
encontrar os portões do inferno do que as bem-aventuranças eternas.
Se
alguém ainda duvida, leia os relatos de tantos convertidos que registraram seu
encontro com Deus e a felicidade daí resultante. Na extensa fileira, figura o
Saulo da estrada de Damasco, o Agostinho das “Confissões”, o Thomas
Merton de “A Montanha dos Sete Patamares”, o C.S.Lewis de “Suprised
by Joy”, o Jacques Loew de “Meu Deus em quem confio”, o André
Frossard de “Deus existe, eu o encontrei!”
A
lista é imensa. Em todos eles uma constante: um encontro com Deus, um ato de fé
e... uma vida transfigurada. A todos eles, Isabel repetiria as mesmas palavras:
“Feliz és tu, que creste!”
Orai sem cessar: “Eu
sei em quem acreditei!” (2Tm
1,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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