segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

PALAVRA DE VIDA


 Ele mostrará seus caminhos... (Is 2,1-5)
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              Neste tempo litúrgico do Advento, a Igreja caminha para o Natal. E o verbo “caminhar” tem um significado central na História da Salvação.

               Já na Primeira Aliança, o povo escolhido é um povo que caminha. Desde Abraão, convidado por Deus a sair de sua terra e caminhar para uma terra... que ele nem sabia onde ficava. Mais tarde, no êxodo, sob o comando de Moisés, Israel caminha pelo deserto durante 40 anos. E aquilo que parecia uma errância sem sentido acabará com a conquista da Terra Prometida.
               Na plenitude da Nova Aliança, é o próprio Jesus Cristo quem se apresenta como “o Caminho” para o Pai (Jo 14,6). Em sua Carta apostólica “Porta Fidei”, que anunciava o Ano da Fé, o Papa Bento XVI reafirmava: “Crer em Jesus Cristo é o caminho para poder chegar definitivamente à salvação”. (PF, 3.) As primeiras comunidades cristãs após Pentecostes também se reconheciam como “o caminho” (cf. At 9,2b; 22,4; 24,14.22) do Senhor ou a “via” para a salvação.
Mas quem caminha no escuro se desvia e cai. Para caminhar, precisamos de luz. As tentativas de marcha dos pagãos culminaram nos piores desvios e degradações (cf. Rm 1,18ss). Por isso mesmo, a visão de Isaías concentra-se nesta “luz do alto” – uma luz que é dom gratuito de Deus aos homens.
Hans Urs von Balthasar comenta: “A grande visão inaugural na 1ª leitura mostra que aqueles que esperam por Deus são uma montanha espiritual, à luz da qual todos os povos podem orientar-se. Pois somente daqui aparece “o juiz das nações, o árbitro da multidão dos povos”; somente aqui a guerra incessante, interior ao mundo, é pacificada em uma paz de Deus; somente aqui o mundo, obscuro em si mesmo, pode “caminhar na luz do Senhor”.
               Todas as religiões pretendem ser um “caminho” para Deus. Só o cristão, porém, sabe que, na plenitude dos tempos, o próprio Deus se encarnou, nascendo de Mulher, e se revelou como a única Verdade, a única Vida, o único Caminho. Não por caso, o Filho de Deus afirmou a seus discípulos: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. (Jo 14,6b.) Nossa adesão a Cristo significa uma opção pelo Caminho que o Pai nos revelou na pessoa de seu Filho.
               Com os olhos voltados para a humilde gruta de Belém, iniciamos novo Advento como peregrinos a caminho da Luz que nascerá como aurora de um dia eterno. Dia a dia, deixemos que nosso interior seja invadido pela Luz de Cristo.

Orai sem cessar: “O Senhor é minha luz e minha salvação.” (Sl 27,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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