terça-feira, 6 de novembro de 2012

PALAVRA DE VIDA


Comprei um campo... (Lc 14,15-24)

        Nada de errado em comprar um campo. Absolutamente. Compra-se um campo para trabalhar a terra, plantar e colher. Com isso, criamos vagas para os desempregados, produzimos alimentos que matarão a fome de muitos. Contribuímos para o progresso geral da sociedade. Mas...
            Sim, tudo tem um “mas”. Pode ser que o tal campo se transforme na razão última de nossa vida. Pode ocupar-nos de tal forma, que tudo o mais perde valor: os amigos, a família, o próprio Deus. Neste caso, nosso campo se travestiu em ídolo devorador: cobra de nós muito além do que seria legítimo, roubando a nossa liberdade e transformando-nos em autênticos escravos.
            Hoje, a parábola de Jesus fala de “coisas boas” que acabaram por encher o coração humano a tal ponto que, quando veio o inestimável convite do Senhor, foram usadas como desculpas para recusar o convite.
            O banquete, desde os profetas da Primeira Aliança, é o símbolo dos tempos messiânicos, quando nos tornamos convivas (os que se sentam à mesa) de Deus. No outro extremo da Escritura, o Apocalipse, o anjo manda que João anote: “Felizes os convidados ao banquete das núpcias do Cordeiro!” (Cf. Ap 19,9.) Convidar alguém para sua mesa é um gesto que honra o convidado, além de manifestar evidente desejo de intimidade.

            A parábola mostra duas “fases”: a recusa dos escolhidos e sua substituição pelos desclassificados. Nos dois grupos, os Padres da Igreja viram respectivamente os judeus daquele tempo (o Povo escolhido) e os gentios (os que não eram povo), aos quais o Evangelho foi pregado quando os primeiros se recusaram a ouvi-lo.

            Os hebreus eram a menina dos olhos do Senhor: para eles concedera “a adoção e a glória, as alianças e a Lei, o culto e as promessas” (cf. Rm 9,4). No entanto, quando veio o Messias, não o reconheceram, mas o condenaram à cruz. À primeira vista, tinham muito a perder ao aceitar o convite. Era preciso abrir mão de enorme tesouro que parecia ameaçado pela novidade de Cristo.

            Não é diferente conosco. Quando o Senhor nos chama, é possível que nos deixemos iludir – especialmente os mais jovens - por uma sensação de perda: “Que é que Deus vai tomar de mim?” Como se Deus não fosse o Senhor de tudo e nada lhe faltasse... Ao abraçar a Irmã Pobreza, Francisco de Assis estava abraçando a liberdade. Livre, nada mais seria obstáculo entre ele e o Cristo que lhe passava suas chagas.

            Alguma coisa nos prende e nos faz recusar o convite do Senhor?
            Orai sem cessar: “O Senhor consagra seus convidados.” (Sf 1,7)

      Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
 

Um comentário:

  1. Oh! Sempre! Todos os Serafins, Querubins, Arcanjos e Anjos Benditos, Santos(as)! Sempre! Salve! Ave! Viva! Sempre! Infinita, Eternamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de todo e do fundo, de meus: coração, espírito, alma, psiquismo, mente, por tudo de bom, a mim! Sempre! Peço-Vos, que eu tenha: Paz, Saúde, Proteções, muitas (mesmo), a mim! Sempre (Mesmo)! Amém! Assim Seja! Amém!!!...

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